Para Lu e Fabrizzio

Hoje esta fazendo um mês que minha esposa Luciane e meu filho Fabrizzio se foram, partiram de maneira dolorosa e brutal, deixando um vazio que nada preenche.

Com o passar dos dias a vida nos obriga a seguir em frente, trabalhar e sem trégua continuar, mesmo que não queira.

Os problemas também continuam a surgir e onde eram dois procurando soluções agora apenas eu.

Quantas vezes deixei de falar ou fazer algo pensando que ainda teria tempo, muitos erros não corrigidos ou as desculpas não pedidas com o pensamento de que não era necessário.

Brigamos tanto e nos últimos dias discussões inúteis com palavras duras e quando a briga parou me lembro do rumo da conversa e dela falando: “-Deixa para lá, não me importa mais, as coisas agora serão diferentes, tudo vai mudar...”.

Foi com tudo mais calma que declarei outra vez tudo que sentia por ela e pelo nosso filho, prometi que mudaria tudo que estava incomodando, deixei claro o quanto a amava como outras vezes já havia feito, mudei tanta coisa que estava atrapalhando, mudei muito como pessoa, tudo para mostrar o quanto era importante na minha vida.

No outro dia fiz tudo para mostrar isso, fui busca-la e trouxe para casa como ela queria e naquela ultima noite dormi abraçado e fazendo carinho como ela gostava tanto e há tempos não fazia, com o pensamento de que ainda tinha tempo e que iria mostrar o quanto verdadeiro era o meu amor, mas estava errado, não tinha mais tempo...

O tempo acabou, sem aviso nem chance de voltar atrás, de fazer diferente outra vez!

No ultimo mês me perdi e encontrei diversas vezes em um mesmo dia, decidi fazer e desisti de fazer tantas coisas, sobrando com certeza só à dor e saudade, erros e acertos do passado.

Sei que já faltei com uma promessa que fiz para ela naquela ultima noite, e suspeito que ainda vá faltar mais algumas vezes, mas irei conseguir com o tempo, cumprir o que me pediu, em parte já estou fazendo, e mesmo com alguns tropeços, vou fazer por vocês.

Aqueles que convivem conosco talvez lembrem, ou não, ela fez questão de espalhar, uma tarde estávamos almoçando em um restaurante de comida típica onde bebi uma cachaça caseira muito boa e uma cerveja e no calor da alegria comecei a falar do meu pai e do meu avô, e falava do nosso filho e sem conseguir segurar as lagrimas escorreram pelo meu rosto, mas de alegria, ela riu e contou para todos de como eu era mole, de como estava todo bobo de ser pai e ainda de ser um menino.

Sei que agora não adianta falar o quanto sinto sua falta e nem de como eu queria ter mais tempo, ter feito mais ou ter sido melhor, mas te falei naqueles últimos momentos, você e nosso bebe foram as melhores decisões que tomei na vida, eram meu caminho e aquilo que fazia com que eu quisesse ser uma pessoa melhor.

Com todo amor, Lu do seu marido...

Com todo amor, Fabrizzio do seu pai...

Saudades, um dia estarei junto de vocês...